VALORES E SILOGISMOS DA ADOLESCÊNCIA
A adolescência, é a fase do desenvolvimento humano que marca a transição entre a infância e a idade adulta. É sem dúvida alguma, a fase humana de singulares características, para o desenvolvimento físico, mental e social, que impõe um processo de distanciamento na forma de comportar-se e de certos privilégios, típicos da infância, e como não, a aquisição de certas características e competências que levam o ser humano a assumir os deveres e obrigações sociais do adulto.
Falar da adolescência como conceito temporal, pode ser atrevido pela minha parte. Para Steinberg, a adolescência compreende o espaço de tempo que vai dos 11 aos 21 anos de vida, enquanto a ONU define a juventude como a fase que vai entre os 15 e os 24 anos de idade.
Como quer que seja, é importante salientar que adolescência, é um termo geralmente utilizado cientificamente, em relação ao processo de desenvolvimento psico-social de cada qual.
A adolescência, não está delimitada por ordem fisiológica, mas sim, pela ordem sociocultural. A adolescência, começa a manifestar-se no ser humano, quando o seu ego desperta nele pela convivência social, pela exigência natural da sua sobrevivência, pelos imperativos da vida mesma, e sobre tudo, pelo seu crescimento físico, a sua mudança corporal e o desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários.
Com a infância, a inteligência das crianças desperta, os miúdos repetem incansavelmente o seu “e porquê?”. Muitas vezes os mais velhos, familiares ou professores, ou não se preocupam por responder detidamente ou porque simplesmente não sabem. No entanto, não só nesse momento, como ao largo de muitos anos, por não dizer de toda a vida, necessitaríamos que nos explicassem detidamente, o porquê das coisas que não acabamos de compreender.
O labor dos professores, dos familiares e também dos grandes pensadores, consiste em dar respostas humanas, psicológicas, simples e acertadas ao “porquê” dos miúdos para que as crianças saibam situar-se na sociedade e no trabalho com conhecimento de causa, quando passem a porta da adolescência.
Porque se reuniram quase todos os países europeus em 1815 para derrotar Napoleão em Waterloo? A verdadeira resposta, é porque todos estavam fartos da Revolução Francesa e de que Napoleão repartira entre os seus amigos e parentes os reinos da Europa. Sem dúvida, que seguirão outros “porquê” aos quais, haverá que dar uma explicação humana, psicológica, simples e inteligível para os menos adolescentes e mais adolescentes. Quanto mais obvias e naturais sejam as respostas, mais tranquilizarão os miúdos, adolescentes y mais velhos, e serão mais educativas.
A cultura, é um bem que todo o indivíduo leva dentro de si e que de certa forma é adquirida entre a sociedade em que vive. Se nutre da sua forma de viver, costumes, histórias, actividades relacionadas com o artístico ou o prático, a forma de julgar, os conhecimentos práticos da zona, e até a forma de comportar-se no grupo. Se pode deduzir, que é uma espécie de conhecimento popular adquirido. Este conceito cultural, difere da educação, chamemos-lhe técnica, que costuma ser mais formal e precisa e vai mais lá do âmbito social, e pode ainda compreender âmbitos técnicos na forma de comportar-se entre indivíduos e conhecimentos práticos. Como exemplo do que aqui manifesto, um indivíduo pode afirmar que a mulher não pode nem deve trabalhar, quando obviamente tem todo o direito para o fazer, para depois, quando recebe a educação técnica, abandonar essa afirmação cultural ao dar-se conta que era incorrecta, graças à educação recebida.
Quando o indivíduo alcança a adolescência, cada dia que passa, se aprende algo. Isto não quer dizer que saibamos mais, já que o saber, não é somente ter conhecimento do que vamos aprendendo, também é necessário assimilar o que fomos aprendendo, sentindo que não é só perceber o aprendido, mas também, convencido de que forma parte do nosso saber íntimo.
Quando se diz saber algo, é ter a segurança (relativa) de que possuímos essa verdade. A ânsia de saber nos decepciona ao sabermos do pouco que somos e o muito que nos falta para entender uma insignificância.
É com a adolescência que começamos a descobrir o que vamos aprendendo e assimilamos o que havemos aprendido, o que significa que não só vamos aprendendo mais, mas que vamos personalizando, com a convicção de que forma parte do nosso saber íntimo.
Quando se diz saber algo, é estar seguro (relativamente) de que possuímos essa verdade. A ânsia de saber nos desmoraliza ao dar-nos conta do pouco que somos e o muito que nos falta para entender uma insignificância.
As pessoas que na sua adolescência se dedicaram ao estudo de uma ou outra matéria, têm a vantagem de poder utilizar uma linguagem técnica que facilita um diálogo mais ou menos controvertido, podendo desabafar-se ao tratar dos seus temas preferidos. Também há outras pessoas que sentem a necessidade de saber e que por circunstancias especiais ou porque não têm tempo, já não podem aceder ao conhecimento que gostavam de ter. Estes indivíduos são aqueles que sempre gostaram de pensar em coisas que para eles são mais interessantes, como por exemplo, o princípio e o fim, o nada e o todo, o ser ou não ser, o porquê da igualdade entre os humanos, etc..
Em algumas ocasiões deveriam, os que têm grandes conhecimentos registados, dialogar a um nível mais simples com quem necessita de uma informação desses temas tão difíceis de compreender para os profanos. Para isso há uma resposta: Haver estudado, enriquecendo a sua adolescência com a experiencia, a leitura, a formação e o respeito a si mesmo. [29]