POLÍTICA NO MEIO DE TROVOADAS
É de prudentes, não fazer mudanças quando está trovoando. As virtudes que serviram para dar confiança à sociedade em tempos de relativa calma não podem deixar de orientar em tempos de relativa agitação.
A sociedade firme, se constitui e robustece-se com os primeiros princípios em tempos de esperança e em tempos de tormenta. As tormentas políticas não desaparecem desembaraçando-se dos princípios que uniram o corpo político no passado que não foi sempre triunfal senão de sacrifício e de esforço.
Os tempos de trovoadas sempre chegam. São tempos de formar uma pinha bem unida. São tempos de saber esperar sem mudar de fato.
A política não é uma moda senão uma consequência duma moral profunda.
Os ventos mudam a direcção das veletas; mas as veletas não constroem sociedades. Permanecem no alto das torres à luz da lua.
São as vontades profundas sustentadas pela razão, as que dão corpo à sociedade. No oportunismo começam os fracassos das sociedades políticas permanentes.
9) Tema escrito em Alcochete no ano 20011. A crise económica que atravessava o país com um governo incapaz de solventar a crítica situação, provoca que as enormes ondas especulativas dos mercados internacionais afoguem as poucas esperanças de vida de muitos milhares de portugueses, que ao borde da miséria, voltam a sofrer nas suas carnes, o látigo do mais forte.