Os factores sociais da globalização, o incremento das relações humanas, as mudanças laborais e a excessiva permissividade, favorecem o maior eco e notoriedade das alterações psíquicas das pessoas.

                 O modelo de sociedade, favorece a sobrecarga emocional com a aparição de patologias novas, mais comportamentos anti-sociais e diversos desequilíbrios. Serve como exemplo a alteração havida no ciclo vital. Estar vivendo com os pais até aos 30 anos é patológico; é de sentido comum que os filhos têm que sair para trabalhar e  ter filhos. A patologia da personalidade que mais está a  diagnosticar-se clinicamente e que mais problemas de costuma dar na vida dos  que o têm e dos que  o rodeiam, é o transtorno da personalidade Borderline (ou limite), que está a meio caminho entre a neuroses e a psicoses, com alterações do estado de ânimo, a conduta, a impulsividade e outras áreas do sentir e obrar humano.

                 Como os outros transtornos da personalidade, se podem começar a forjar  na infância, com maior frequência quando como agora, há mais carências na educação, no tempo e na dedicação às crianças, maior permissividade com falta de disciplina, de limites e de ordem no seio das famílias.

                 Hoje não existem normas, enquanto que antes havia muitas. Passou-se de um extremo a outro e a sociedade necessita centrar-se. O modelo de sociedade actual produziu patologias novas. Há mais indivíduos anti-sociais, muitos casos de stress e debilidades que se vêm acentuadas pela situação de sobrecarga, ademais de grandes desequilíbrios derivados da sobrecarga e da velocidade.

                 Entre os conselhos que um bom psicólogo pode oferecer, está o de evitar essa sobrecarga e esforçar-nos a nos  conhecermos a nós mesmos e as nossas limitações. Assim nos manteremos melhor a flutuar numa sociedade que vive um momento de culto ao dinheiro e à fama. [49]