OS CASTELOS DE AREIA, EM POLÍTICA
Os castelos de areia é um jogo para crianças. Os meninos fazem-nos com areia e uma vez feitos, sonham que vivem dentro, que são reis ou princesas. Depois, ao pouco tempo, sobe a maré e com ela chegam as ondas, e os castelos desmoronam-se sem pressa enquanto as crianças vão a almoçar. Depois, pela tarde, daqueles castelos só ficam montículos de areia, e as crianças regressam à sua cidade.
Não muito longe, sobre as rochas perto da aldeia, há séculos que os seus moradores levantaram uma torre vigia. Ainda segue em pé, suportando o embate das ondas que a golpeiam dia e noite as suas fundações.
Na vida política passa algo semelhante. Os castelos de areia são fáceis de modelar. As imaginações infantis sonham; a areia é dúctil, mas são construções que duram pouco tempo.
Pelo contrário, as torres que vigiam sobre rochas hirsutas e ásperas, aglutinam à sua gente. Resistiram séculos o embate das ondas e o passo das gerações com interesses opostos. Ao seu amparo, a gente da aldeia segue vivendo e os turistas regressam ano trás ano com crianças que baixam a jogar à praia onde constroem efémeros castelos de areia.
As ruas da aldeia foram asfaltadas e os pequenos comércios cresceram. A velha torre permanece protectora sobre os seus firmes cimentos. A sua velha história é comentada pelas guias de turismo, jovens e velhos da aldeia sentem-se orgulhosos delas.
Em política as torres sobre rochas são as ideias sensatas capazes de unir aos povos e atrair a eles um turismo com ânsias de história. [21]