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Rádio Portal Gospel

 

 



A HISTORIA DO ALUNO SEM MAIORIA

A HISTORIA DO ALUNO SEM MAIORIA

 

      Havia uma vez um aluno, que desejava chegar a ser o primeiro da sua aula. Uma aluna, companheira de turma, tinha obtido «Muito Bom» pelo qual, ele havia visto truncadas as suas esperanças de poder figurar como o mais inteligente. Porque não se conformava com aquela situação, intentou juntar-se a dois dos seus companheiros mais destacados, para ver se tirando de cada um deles as melhores qualificações, conseguiam deslocar do primeiro lugar à aluna do «Muito Bom»

      Fizeram as contas com o máximo cuidado, e concluíram que os três juntos, somavam melhores notas que as que havia obtido a aluna do «Muito Bom». O primeiro passo já estava dado. Agora, só faltava o acordo entre eles, para ver qual dos três companheiros, que formavam o grupo, ia figurar como delegado do curso para os representar; primeiro diante do tutor e mais adiante ante o director do colégio. Mas resultou, que não havia maneira de conciliarem as suas ambições. Um dizia que não era o mesmo o «Muito Bom» em «Ginástica» de fulano, que essa mesma nota tirada em «Matemáticas» por beltrano, e que tão pouco era comparável a qualificação média de um «Bom» obtido pelo principal aspirante, ao «aprovado» foleiro dos outros dois competidores.

      Enquanto isto ia sucedendo, perdiam o seu tempo entretendo-se em dizer que a miúda era uma sabichona e que por isso tinha sacado tão boa nota. Noutras ocasiões, argumentavam que as boas qualificações, lhe haviam caído do céu, por tratar-se de uma «protegida». O que é certo, é que a menina chegou a ocupar o primeiro lugar da turma, e se habituou de tal modo a essa situação, que chegou a crer que lhe assistia o direito de olhar por cima dos ombros para os seus companheiros de curso; mais que nada, por terem sido tão torpes ao não conseguirem pôr-se de acordo para suplantá-la.

      Assim ia passando o curso, com aqueles três alunos entretidos mais em caçar  moscas que em dar mostras da sua competência. No entanto, a inteligente menina, ainda que não o suficientemente esperta, mostrava-se incapaz de pedir ajuda àqueles companheiros que lhe superavam no conhecimento de determinadas matérias, com o qual, ia colhendo negativo atrás negativo. Os exames iam sucedendo e os resultados dela e dos outros, cada vez se distanciavam mais de alcançar o brilhantismo. Umas vezes porque algum aluno delatava ao professor que o outro havia copiado, outras por falta de preparação, e as mais  vezes, por fazerem a guerra entre eles. O certo, é que o nível daquele curso começou a baixar de uma maneira alarmante, porque nenhum dos quatro fazia gala da competência que se lhes havia previsto. Chegou o momento em que um dos alunos do grupo dos três (o do aprovado alto) levantava sempre a mão para responder às perguntas que os professores faziam ao conjunto da aula e isso não parecia bem ao rapaz do «Bom», o qual se queixava amargamente de que o seu companheiro respondia bem às perguntas, porque antes que lhe perguntassem, já sabia as perguntas que o professor ia formular-lhes.  Inteirava-se através de um amigote, o qual se inteirava delas por alguém da secretaria. Assim que durante um tempo, os miúdos do «Bom» e do «aprovado com notas altas» se enredaram com recíprocas e duras desclassificações.

      Enquanto isto sucedia, a menina do «Muito Bom», seguia jogando ao salto à corda no pátio, como nada se passara, e o outro miúdo, o do «aprovado `justa» continuava observando sem pestanejar , as folhas das árvores, esperando a ver se caiam, ignorando de que aquelas, eram de folhas caducas. Nesse mar de despropósitos, tanto os professores do colégio como o seu director académico chegaram a ficar tão indignados que se conjuraram para suspender os quatro alunos no final do curso. Qualquer parecença desta narração, com os partidos políticos ante um governo sem maioria, é uma pura coincidência. [31]