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Rádio Portal Gospel

 

 



O DOM DA OPORTUNIDADE

O DOM DA OPORTUNIDADE

 

             Se a qualquer de nós pedissem que fizéramos uma classificação de maior a menor categoria musical, com Beethoven, Mozart, Schubert e Haydn, muito provavelmente respeitaríamos precisamente esta posição e não outra ordem. Se chegassem a pedir-nos outra lista, tendo que classificá-los de maior a menor nível de popularidade, com certeza, que a ordem voltaria a ser a mesma exposta anteriormente.

            Sem embargo, o reconhecimento crematístico que fizeram destes músicos os seus contemporâneos, correspondeu a outra classificação muito distinta ao que agora, a tempos passados, nós podemos fazer. Pois Mozart viveu na mais absoluta pobreza; Beethoven teve numerosas crises financeiras e Schbert viveu miseravelmente toda a sua vida. Somente Haydn chegou a viver uma vida cómoda, sem nenhum sobressalto económico. Um dos motivos não foi outro que Haydn tinha uns quantos anos mais que os outros três e quando os outros começavam, ele já era muito conhecido e tinha já o seu prestígio.

              Diz o refrão, “que mais vale chegar a tempo que rondar um ano”, e isso passou-lhe a Hayden; pois o declive da monarquia e a ascensão das classes burguesas, aos finais do século XVIII, apanhou-lhe bem colocado. Haydn passou a ser contratado por príncipes e bispos a tocar para o público em geral, dispondo duma grande audiência. Haydn soube adaptar-se ao novo sistema com os seus novos valores, que ainda subsistem nos nossos dias. Os outros três, não acertaram a adaptar-se àquela circunstancia.

              Ao estar no sítio adequado no momento oportuno se pode chamar-lhe “o dom da oportunidade”. Foi essa circunstancia à que soube agarrar-se Haydn: a sua oportunidade.

              Quantas vezes usamos a expressão, “se houvera aproveitado”, “se  houvera feito aquilo ou o outro” outro galo cantaria. O problema radica em que uma vez produzida uma circunstancia conjuntural desse tipo, chegamos a inteirar-nos, ou o que é pior, que não  nos inteiramos se não tomamos a decisão de dar o passo necessário.

               Essa circunstancia, dalguma maneira, se está dando agora na política local da nossa Lisboa. O facto que as passadas eleições no hajam dado nenhuma maioria absoluta, oferece uma magnífica oportunidade para que a “chave” da gobernabilidade exerça de tal, sem nenhum tipo de prejuízos e tire o maior partido disso para a nossa Lisboa.

               Passados os sarampos derivados de ter, uns e outros, que assumir esta nova realidade, na labor municipal, a pergunta que poderíamos fazer é: será capaz a “chave” abrir a porta?

               A missão não é nada fácil, porque o que realmente interessa é a mudança a melhor, não a mudança pela mudança. Nunca melhor que aquilo de “aproveitar a oportunidade”.

 

 

13) Tema escrito pelos anos 89 a 90.