SOBRE A CERTEZA E A FÉ
Nós, os humanos, temos duas classes de certeza: a certeza que nos oferecem os nossos sentidos (confirma-nos nossa lógica racional) e a certeza que nos oferece a nossa fé no testemunho dos demais, se bem que em ambas certezas, como tudo na vida, não eliminam por completo a nossas sombras.
A maior parte dos nossos actos, realizámo-los com a exclusiva certeza que nos oferece a fé no propagado pelos demais. dois exemplos: nos levantamos pela manhã e ouvimos pela rádio que são as oito da manhã, que a temperatura exterior é de quinze graus sobre zero e estamos suficientemente certos que é assim, mesmo que pela janela não entre luz alguma ou o termómetro da nossa habitação marque distinta temperatura.
Essa certeza, é uma certeza de fé. E se retiramos da nossa carteira um bilhete de vinte euros, que é um simples papel, estamos suficientemente certos de que podemos sentar-nos numa cafetaria e pedir um pequeno almoço, ainda que a nossa razão diga-nos que um simples papel não tem o valor material dum simples pequeno almoço. Apoiamos a nossa suficiente certeza nos testemunhos alheios. É com certeza uma certeza de fé.
A todas horas estamos obrigados a empregar a fé em como o testemunho dos demais não nos engana., sejam muitos ou poucos.
Em quase todas as nossas certezas, nem os sentidos nem a razão lógica substitui o testemunho alheio. A sociedade em que vivemos funciona porque todos, absolutamente todos, aceitamos tal testemunho: o simples facto de perguntar uma direcção ou depositar uma carta nos correios, implica um acto de fé, pelo qual, podemos mover-nos pela nossa cidade ou utilizar os seus serviços.
É surpreendente que a palavra “fé”, sobre tudo se inclui alguma conotação religiosa, às vezes, produza rechaço. Não obstante, não podemos sobreviver nem um só dia, sem fazer actos de fé nas palavras dos demais que parecem-nos firmes ou, incluso, humanamente seguras.
7) Escrevi este tema em Alcochete no anos 20010. Manifesto o que penso da fé. Um ser humano sem fé, é um ser sem esperança, sem ilusões e sem estímulos. Um cristão tem fé, logo vive a esperança de alcançar o que a sua fé lhe produz na sua mente; porque tem fé, quando a morte se abate sobre a sua vida, a enfrenta com valor, com submissão e tolerância. O ateu, em geral carece de fé, e por esta circunstãncia, tem pãnico à morte, se desmorona quando le falam do falecimento.