AUSTERIDADE OU CONSUMO?
Sabemos que a economia de um país, depende só em parte, do consumo que façam os cidadãos. As viagens, os restaurantes, os hotéis, a roupa, o calçado, os automóveis, os livros, os obséquios aos familiares e amigos, a alimentação variada e abundante, os electrodomésticos, as comodidades ou luxos no lar, a compra de casas, os caprichos de uns e doutros, o serviço doméstico, as empresas novas e audazes e qualquer gasto mais, parcialmente movem a economia do país
É a cultura do consumo igualitário ao que nos havíamos acostumado; consumismo criticável mas necessário para que não de vazem as arcas nacionais.
De que a economia nacional se mova com o consumo privado, dependem em parte, os comércios pequenos e grandes, os impostos e um sentimento de optimismo e alegria de viver com certa comodidade neste mundo que alguns o condenaram como egoísta e desmoralizador, já que em muitas partes do mesmo mundo, se passa fome e miséria.
Sem embargo este consumo, com os seus aspectos benéficos e maléficos, parece que hoje se cambaleia e ameaça ruína. Não dependia só dos caprichos dos consumidores senão também dos responsáveis do movimento das grandes massas de dinheiro, permitiram que o rio ou riacho da abundância portuguesa seguira fluindo constantemente: bem moderando os gastos gerais, excessivos ou inúteis, bem incentivando outros gastos geradores de nova riqueza.
A economia dum país não só depende dos consumidores senão muito especialmente das políticas económicas do governo. Quando estas políticas afogam as possibilidades de consumo dos particulares, se acende a luz vermelha que anuncia a chegada duma hora de austeridade ingrata mas necessária para a qual, por se acaso, convém que nos preparemos.
Oxalá que para bem do país e dos imigrantes atraídos pela relativa abundância do riacho português os governos que nos governem tenham a prudente visão duma economia adequada ás possibilidades da nossa geração de riqueza.
14) Tema actual escrito em Alcochete no ano 2011.