OBRIGADO, QUERIDO MESTRE
A palavra é a única ferramenta que os humanos têm para expressar-se, descreverem, e se comunicarem? É a palavra instrumento eficaz para transmitir desejos, emoções amargura ou satisfação, desde logo, para descrever um mundo, mas não o suficiente para transmitir o sentir que o mundo nos produz.
Podemos dizer com palavras “as rosas são preciosas” mas a simples descrição, ainda utilizando superlativos, não transmite ao ouvinte quanto de beleza há numa rosa ou quanto resulta de emocionante, desfrutar dessa beleza.
Se a palavra é somente símbolo frio, falto do sentir quando se trata de descrever o mundo, nos resulta símbolo pétreo quando o referente é outro, mas não esse outro definido como oposição a mim senão a outro que é e que foi parte de um mesmo.
Que palavras podemos utilizar para transmitir o afecto, que não sejam as mesmas, aquelas que soam como uma melodia tantas vezes repetida que termina convertida em sussurro? Como descrever a quem durante uma vida, se ocupou, não só dos espaços físicos da nossa educação pedagógica como também, e o que é mais importante, um espaço no coração de todos aqueles que passamos por ele e ainda daqueles que estão com ele? Que palavras poderíamos utilizar para descrever o bom fazer do professor? Que palavras poderiam utilizar-se que não ficassem retidas na retina de quem lê, senão que chegassem mais longe chegando até ao mais profundo? Poderiam utilizar-se as mais bonitas, as mais sonoras, as palavras mais belas do dicionário, mas quiçá, não fossem bastantes. Poderia dizer-se que é amável, respeitoso, paciente, voluntarioso, agradável, educado, trabalhador, competente, capaz, generoso, atento, cortês, afectivo, simpático, reservado, familiar e carinhoso?
Todas estas e quiçá algumas mais sem faltar à verdade, poderiam utilizar-se, porque na figura do professor está contido tudo o que elas descrevem. [28]