PROBLEMAS DA EDUCAÇÂO
É costume definir a educação como a preparação para a vida. A quem temos que preparar para a vida? Primeiro problema. Cada mente, cada corpo, cada raça, numa palavra, cada pessoa, é diferente das demais pessoas de uma mesma nação .
A verdadeira educação, teria que lograr preparar para a vida a cada um dos que queiram educar-se, cada um diferente dos outros. Além disso, cada minuto da vida é uma preparação para o resto dela, o que faz crescer continuamente o problema da educação. Este é o segundo grande problema: a vida muda. As formas de vida mudam e cada vez a maior velocidade; os conhecimentos de ontem parecem passados de moda, a técnica se desenvolve exigindo novos técnicos, novas técnicas e novas investigações científicas, o mundo de ontem parece seguir novas rotas, a fé e a moral, pontalete da educação no passado, hoje são postos em dúvida; muitos não os consideram princípios educativos. Por todo mundo, as cidades se povoam com as línguas da terra. Na educação, é imprescindível distinguir entre o permanente e o transitório, porque não é possível que um Estado mude constantemente os seus critérios educativos. É necessário na educação fomentar o esforço de superação? É melhor que cada aluno se eduque sem esforço e ao seu ritmo? É conveniente seguir o sistema educativo que seguiram e seguem os países mais modernos e eficazes para educar as suas gerações? É melhor oferecer uma educação em consonância com o momento? É a educação um descobrimento das qualidades de cada aluno? Se deve educar nos conhecimentos e condutas aceitadas? Há que fazer brotar do interior de cada aluno as suas preferências, as suas interrogações, as suas convicções e pedir-lhe que justifique-as. É melhor não duvidar dos enfoques e preferências dos alunos para seguir uma educação comum e permanente?
Um problema, não mais pequeno, está em saber quem decide a educação duma nação. Os actores da educação são muitos: governantes, professores, técnicos da educação, forças económicas, alunos, pais de alunos, instituições educativas, colégios profissionais… Aldous Huxley em “Um mundo feliz” avisa-nos contra uma educação planificada exclusivamente pelos poderes públicos e o mesmo faz George Orwell em 1984. Preparar para a vida não pode converter-se numa forma de domínio sobre a sociedade.
Parece o mais lógico que a educação como preparação para a vida exija finura humana, percepção da personalidade do aluno e respeito a todos os actores da educação, mas também exige esforço, continuidade e progresso ascendente. Não educar a gerações com improvisação, capricho ou decisão de manipular à sociedade. Precisamente porque a vida muda e hoje as pessoas de múltiplos países se reúnem numa cidade. [2]
O deterioro social em todos os âmbitos, é patente. A sociedade actual chegou a níveis tão elevados de perdidas de valores, que assusta ao cidadão de sentido comum.
Penso que urge uma reacção da sociedade inteira; todos sem excepção, teríamos que perguntar-nos: Quê estamos fazendo os que somos pais, os educadores, os meios de comunicação, os poderes públicos, para criar este ambiente?
Platón no século V antes de Cristo, escreveu na sua famosa obra “A República”, o seguinte: “Cometeremos o desafio de permitir que as crianças oiçam qualquer história que possa inventar qualquer pessoa, e que as suas mentes recebam ideias que em geral são o contrário de aquilo que desejamos que eles tenham, mesmo quando cresçam? Não podemos permiti-lo; qualquer coisa que a mente receba com essa idade pode voltar-se frágil e inalterável, e portanto é sumamente importante que as histórias que ouçam os miúdos, sejam exemplos de pensamentos virtuosos”. Até aqui a citação de Platon. Me faço uma pergunta: Quê escrevera o famoso filósofo, se como hoje em dia houvesse existido o grande perigo de que as ideias, a violência, a pornografia, etc. entrasse na mente das crianças através da televisão?
Pelo bem dos nossos filhos e da sociedade inteira, pensemos na conveniência de rechaçar de plano a escola e a educação laica, carente de valores éticos, morais e humanos, tão essenciais para o desenvolvimento e personalidade das crianças, tais como a liberdade que é o dom mais grande que o homem recebeu de Deus e que bem conduzido, faz-nos capazes de grandes obras e no caso contrário pode converter a criança num escravo das suas próprias acções; a respeitar a opção de cada qual em tudo o opinável, a generosidade não para dar, que também, senão tudo para dar-se; a fé, a responsabilidade como produto do bom uso da sua liberdade; a justiça (onde se nega a existência de Deus, não pode haver justiça) a labor para influir na boa marcha da sociedade, valores entre outros, que devolveriam à juventude a felicidade e a alegria de viver, hoje ausente em tantos jovens.
6) Falar da educação social, é abrir a única porta universal, que nos permite entrar no mundo da autêntica harmonía, da convivência responsável e do respeito con tudo e todos quantos fazemos parte desta natureza em transformação. Este tema foi escrito em Lisboa no ano 2008.